Aula 26 – Cultura: Tanabata Matsuri
Quem tiver a curiosidade de procurar saber sobre o Tanabata Matsuri(festival) na internet irá descobrir que há uma infinidade de versões para a história. A versão que irei contar vem de uma animação que é apresentada no meu curso de japonês.
A história começa um jovem e pobre camponês chamado Kengyu. Um dia, voltando para a casa, Kengyu vê um grupo de mulheres se banhando num lago e fica encantado, observando as moças de longe (pra não falar que o cara é ecchi!). Só que o tal Kengyu não era tão assim chegado nas moças, ou então, para ele o dinheiro fala mais alto, porque ele logo desvia sua atenção das moças para um kimono que estava pendurado numa árvore. Era um kimono realmente bonito, de uma seda provavelmente bem cara.
Malandro, o cara vai e pluft no kimono. Leva na mão leve mesmo. Após um tempo, ele vê uma moça nua chorando num canto e vai perguntar o que estava acontecendo (realmente, o cara é estranho…).
A moça lhe responde que perdeu seu kimono encantado, e que sem ele, não poderia retornar para o seu palácio celestial. Sim, palácio celestial! Ela era uma deusa! Quando ela vai descrevendo seu kimono, o cara estranho se lembra das jovens moças que viu mais cedo tomando banho no rio e lembra que ele havia apanhado um kimono lá dando sopa. Ele fica com pena da jovem deusa, porém, ao invés de devolvê-la o kimono, ele a convida para ir na sua casa.
Tempo passa, e a jovem deusa, chamada Orihime, tem um filho com o cara safado, ops, com Kengyu. Eles vivem felizes na cabana do cara com o filhote. Até que um dia, Kengyu sai para trabalhar cedo e Orihime acha um pacote estranhamente escondido. Curiosa, ela abre o pacote. Tamanha a surpresa triste ela tem quando descobre que escondido no pacote, estava seu kimono.
Aí já viram né? Quando o Kengyu chegou, ele ouviu à vera! Como eles se xingaram em japonês (a animação era em japonês), eu não entendi tudo, porém sei que ela ficou indignada. Mas ela ainda foi boazinha, disse a Kengyu que se ele quisesse ver Orihime e seu filho novamente, teria que fazer 1000 pares de chinelos. (É isso mesmo que vocês leram!). Aí a Orihime pegou o filhote e saiu voando no seu kimono mágico.
Acho que Kengyu não sabia fazer chinelos ou então tava curtindo um pouco a vida de solteiro, porque ele demorou pra fazer os chinelos… Mas ele fez! Ruim com ela, pior sem ela. Assim, depois de fazer os chinelos (umas sandálias japonesas), ele foi dormir, porque não é de ferro. E, de noite (tchanranran!), no lugar dos pares de chinelos, estava uma enooooorme árvore. (hahahahahah)
E é óbvio que o Kengyu, quando acordou, foi subir na árvore. Quando chegou lá em cima, viu um enorme palácio, muito bonito. Só que ele não conseguia chegar nas nuvens, adivinhem por que?? Porque ele só fez 999 chinelos!!!! lol Aí ele começou a gritar que nem um doido, até ser socorrido pela deusa Orihime, que veio com um sorriso de orelha a orelha.
Porém, a história desses jovens enamorados ainda não teria um final feliz! Vocês sabem qual é o maior terror dos namorados, né? Os pais da namorada! Pois é, e os deuses lá, além de feiosos e mal encarados na animação, não foram com a cara do Kengyu, coitado. Uma frase que eles disseram é que não queriam um genro ningen. Calma, não estavam xingando o pobre coitado! Ningen é ser humano, em japonês! E o coitado do Kengyu, se quisesse mesmo ficar com Orihime, teria que provar ser digno ser seu marido.
Aí os deuses aproveitaram da mão de obra escrava hohoho. A primeira prova que Kengyu foi submetido, a Orihime foi lá e deu uma ajudinha pra ele. Aí, os deuses não gostaram muito e botaram o Kengyu pra cortar abóbora. Só que era uma armadilha!!! E Orihime não consegui salvar seu amor. Assim que cortou a abóbora, surgiu um grande rio… Isso mesmo, o rio veio da abóbora…
Cada um ficou de um lado da margem do rio formado, e a distância entre eles era grande. Sabem como mulher é, né? Diante da situação de ver seu amado sendo arrastado pela correnteza, o que ela faz?? Começa a berrar! Ela começa a gritar dia 7, talvez querendo dizer para ele se encontrar com ela todo mês no dia 7.
E vocês sabem como é homem, né? É óbvio que o Kengyu entendeu errado o que Orihime disse, e achou que ela estivesse falando dia 7 do mês 7, e por isso, o Tanabata Matsuri é comemorado no dia 7 de julho, que é o dia que Kengyu (estrela Altair) encontra Orihime (estrela Vega) no céu.
No Dia do Festival Tanabata, os tanzaku (papeletas) são amarrados nos “sassa-dake” (ramos de bambu) e colocados junto aos enfeites típicos. Nessas papeletas, as pessoas escrevem seus pedidos, seus sonhos, suas esperanças. Depois, os sassadake são levados para campo aberto e depois queimados, para que os pedidos sejam levados para os deuses, e possam ser atendidos.
Palavras relevantes
matsuri
まつり (祭 em kanji)kimono
きもの (着物 em kani)ningen
にんげん (人間 em kanji)tanzaku
たんざく (短冊 em kanji)